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Foto do escritorRenata Veríssimo

Geração Z x Geração Y. E o mundo já não é mais o mesmo.


Já falamos aqui no Blog Reverbera sobre o movimento silencioso Quiet Quitting, que tem balançado as convicções de empresas que praticam gestão hierarquizada e sem propósitos claros. Àquelas que estão somente cumprindo legislações e olhando para dentro de casa, sem promover ações que possam impactar favoravelmente a sociedade, além de suas atividades principais no negócio. A empregabilidade está em risco, se não olharmos com a atenção devida ao que pensam os jovens adultos, estudiosos e questionadores, e poderemos viver uma crise de identidade na força de trabalho.


Algumas pesquisas realizadas no mundo trazem resultados que retratam bem as características da Geração Z (1995-2010) versus a Geração Y - Millennials (1980-1994). O relatório da Deloitte de 2024 sobre a Geração Z e os Millennials, intitulado "Living and working with purpose in a transforming world," – em livre tradução, "Morando e trabalhando com propósito em um mundo em transformação”- por exemplo, é um a destas investidas para entendermos como os negócios e o mercado de trabalho precisam se adequar às transformações que estes jovens adultos estão provocando. Em sua 13ª edição anual, a pesquisa envolveu mais de 22.800 entrevistados em 44 países.


Abaixo, um resumo da pesquisa, mas destaco dois pontos muito relevantes sobre o assunto empregabilidade. Para os que nasceram a partir de 1995, ou seja, considerando as duas gerações, o trabalho com propósito é norteador na tomada de decisão se aceitam ou não um emprego. Muitos rejeitam empregadores ou tarefas que não se alinham com seus valores pessoais. O segundo é o Equilíbrio entre Trabalho e a vida pessoal, sendo uma prioridade, com muitos valorizando a flexibilidade no local e horário de trabalho.


A popularidade de modelos de emprego não tradicionais, como trabalhos de meio período e compartilhamento de empregos, continua em alta. Vejam os demais itens:


  1. Otimismo Econômico: quase um terço da Geração Z (32%) e Millennials (31%) estão otimistas de que a situação econômica em seus países vai melhorar no próximo ano, com uma tendência de aumento desde a pesquisa de 2020. No entanto, a insegurança financeira ainda é uma preocupação significativa, com muitos vivendo de salário em salário;

  2. Sustentabilidade Ambiental: a sustentabilidade é uma prioridade para ambos os grupos, com muitos tomando medidas para reduzir seu impacto ambiental e pressionando empregadores a agirem de forma mais sustentável. Muitos da Geração Z e Millennials estão dispostos a mudar de emprego ou setor para alinhar suas carreiras com seus valores ambientais;

  3. GenAI (Inteligência Artificial Generativa): Há sentimentos mistos em relação ao impacto da GenAI no trabalho, com emoções como incerteza, entusiasmo e preocupação. Os usuários frequentes de GenAI tendem a ser mais otimistas sobre seu impacto, acreditando que pode melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional;

  4. Saúde Mental: A saúde mental é uma preocupação crescente, com muitos da Geração Z e Millennials relatando altos níveis de estresse. Há uma necessidade de as organizações melhorarem o suporte à saúde mental, reduzirem o estigma e proporcionarem um ambiente de trabalho mais saudável.

  5. Impacto Social e Político: Há uma percepção de que as empresas têm um papel crucial na resolução de desafios sociais, como mudanças climáticas e igualdade social. No entanto, muitos acreditam que as empresas ainda não estão fazendo o suficiente para causar um impacto positivo na sociedade.


Autenticidade, Flexibilidade, Propósito e Inclusão


Outra gigante do mundo corporativo, a McKinsey & Company, já em 2018 trazia tendências relevantes em seu relatório “True Gen”: Generation Z and its implications for companies” – em livre tradução, “Geração da Verdade: Geração Z e suas implicações para as empresas”. O documento detalha as principais características da Geração Z e suas expectativas em relação ao ambiente de trabalho. Ele discute a importância de quatro pilares comportamentais: autenticidade, flexibilidade, propósito e inclusão. A pesquisa combinou insights qualitativos sobre a Geração Z em três das principais cidades do país (Recife, Rio de Janeiro e São Paulo) com dados quantitativos multigeracionais que abrangem classes socioeconômicas.


Este trecho do relatório descreve bem a Geração Z no Brasil:


“Nosso estudo baseado na pesquisa revela quatro comportamentos principais da Geração Z, todos ancorados em um elemento: a busca dessa geração pela verdade. Os Gen Zers valorizam a expressão individual e evitam rótulos. Eles se mobilizam por uma variedade de causas. Acreditam profundamente na eficácia do diálogo para resolver conflitos e melhorar o mundo. Finalmente, tomam decisões e se relacionam com instituições de maneira altamente analítica e pragmática. É por isso que, para nós, a Geração Z é a "Geração Verdadeira". Em contraste, a geração anterior - os Millennials, às vezes chamados de "Geração do Eu" - começou em uma era de prosperidade econômica e se concentra no Eu. Seus membros são mais idealistas, mais confrontadores e menos dispostos a aceitar pontos de vista diversos.”

 

Boas práticas durante uma entrevista de emprego


Reunimos algumas dicas de boas práticas para os candidatos da Geração Millennials e Geração Z na hora da entrevista de emprego. Mas valem também para as empresas adequarem seus processos de Recrutamento e Seleção. Importante é fazer leituras de contextos. Hoje em dia pode ser perda de tempo para estes jovens adultos se cadastrarem loucamente em todas as plataformas de emprego disponíveis e em todas as vagas disponíveis. Observe e pesquise as plataformas que nasceram no mercado nos últimos três ou cinco anos. Seguem 10 dicas bem legais:


1. Autenticidade e Transparência:

Seja você mesmo e demonstre seus valores e crenças durante a entrevista. Mostre como suas experiências pessoais e profissionais refletem seus valores.


2. Competências Digitais:

Destaque suas competências digitais e experiências com ferramentas e plataformas modernas. Se tiver experiência com redes sociais, marketing digital, desenvolvimento de software, ou análise de dados, mencione-as.


3. Flexibilidade e Adaptação:

A capacidade de se adaptar a mudanças rápidas e ser flexível é altamente valorizada. Demonstre como você se ajustou a diferentes situações no passado, especialmente em contextos de trabalho remoto ou híbrido.


4. Propósito e Impacto Social:

Diga o quanto é importante trabalhar em empresas que têm um propósito claro e um impacto social positivo. Mas tenha cuidado para não ser enfático demais com empresas que não vão entender o que está dizendo. Pesquise sobre a empresa e destaque como você se alinha com a missão e os valores dela.


5. Aprendizado Contínuo:

Demonstre sua sede por aprendizado e desenvolvimento contínuo. Fale sobre cursos, certificações, ou projetos pessoais que você está perseguindo para melhorar suas habilidades e conhecimentos. Tudo muito natural.


6. Trabalho em Equipe e Colaboração:

Apesar de serem nativos digitais, a Geração Z também valoriza a interação humana. Mostre suas habilidades de trabalho em equipe e como você colaborou efetivamente em projetos anteriores.


7. Autonomia e Iniciativa:

Dê exemplos de como você tomou a iniciativa em projetos ou resolveu problemas de forma independente.


8. Diversidade e Inclusão:

Compartilhe suas experiências em ambientes diversos e como você contribuiu para um ambiente inclusivo. Muitas empresas estão cada vez mais focadas em diversidade e inclusão, outras, lamentavelmente ainda não. Seja observador e entenda a cultura da empresa antes da entrevista, converse com amigos.


9. Preparo e Pesquisa:

Prepare-se bem para a entrevista. Pesquise sobre a empresa, sua cultura, e o mercado em que atua. Isso demonstra interesse genuíno e pode ajudar a alinhar suas respostas com o que a empresa procura.


10. Soft Skills:

Habilidades interpessoais, como comunicação eficaz, empatia e resolução de conflitos, são altamente valorizadas. Demonstre essas habilidades durante a entrevista, seja nas suas respostas ou na forma como você interage com o entrevistador.


Sabe aquela boa e antiga frase, “Seja você mesmo”? Ela continua valendo.... E cada vez mais em evidência.

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1 Comment


Jaqueline Garutti
Jaqueline Garutti
Jul 04

Excelentes pontos. Se as empresas não se adaptarem às novas demandas e considerarem as diferentes expectativas das gerações mais jovens, que cada vez mais estão no mercado, enfrentarão uma forte crise significativa de identidade na força de trabalho, com consequências graves para a atração, retenção e engajamento dos funcionários.

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