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Emprego no mundo e na América Latina: desafios e oportunidades para um futuro sustentável

Foto do escritor: Renata VeríssimoRenata Veríssimo
O "Relatório Futuro dos Trabalhos" (Future of Jobs Report 2025), publicado a cada dois anos pelo Fórum Econômico Mundial, acabou de ser divulgado e traz as percepções sobre como as macrotendências e as tecnologias emergentes moldarão o futuro do trabalho entre 2025 e 2030. Um espaço de tempo bem curto para nos adaptarmos, né? O documento é baseado em uma pesquisa global entre empregadores em 55 economias e 22 setores industriais.

O mercado de trabalho global está passando por rápidas transformações, movidas por tendências como a digitalização, a transição para economias mais sustentáveis e mudanças demográficas significativas, como o envelhecimento da população em inúmeros países. Na América Latina, essas forças assumem características particulares, revelando desafios estruturais que coexistem com oportunidades únicas de desenvolvimento sustentável. Nesta edição do #BlogReverbera vamos trazer alguns insights do relatório para os países da América latina e Caribe. Mas antes uma pincelada nas tendências globais.

O cenário global: automação, sustentabilidade e inclusão


  1. Automação e Inteligência Artificial (IA): tecnologias emergentes como IA e robótica continuam a redefinir as demandas do mercado. Até 2030, cerca de 39% das habilidades existentes precisarão ser requalificadas globalmente. Enquanto setores como tecnologia da informação e saúde são impulsionados por essas inovações, funções administrativas e tarefas repetitivas enfrentam maior risco de automação.
  2. A Transição Verde: a busca por sustentabilidade está gerando uma explosão de empregos verdes, especialmente em setores como energia renovável e transporte sustentável. Papéis como engenheiros ambientais e especialistas em veículos elétricos estão entre os mais promissores.
  3. Inclusão e Diversidade: iniciativas de diversidade, equidade e inclusão estão ganhando força. Em 2025, 83% das empresas globais relataram adotar tais práticas, um aumento em relação aos 67% de 2023. Bem, aqui teremos que esperar o relatório de 2027 para avaliarmos o impacto das empresas de tecnologia norte-americanas e do mercado de capitais.
  4. Desafios Regionais: enquanto economias avançadas lideram a adoção de tecnologias e a transição verde, países em desenvolvimento enfrentam dificuldades em infraestrutura e educação técnica.

Mudança global no emprego até 2030

Nos próximos cinco anos a estimativa é de mais de 170 milhões de empregos sejam criados e mais de 92 milhões deixem de existir. Para entender o gráfico abaixo: Os empregos em roxo são os que deixarão de existir, os em azul, permanecerão estáveis e os em verde, serão empregos a serem criados.

A realidade da América Latina: uma região de potencial transformador


Na América Latina e no Caribe, as tendências globais encontram um terreno único, onde realidades econômicas e sociais específicas moldam seu impacto. A região destaca-se por vantagens estratégicas em setores fundamentais como turismo e agricultura, que desempenham um papel crucial no desenvolvimento econômico e na geração de empregos. No entanto, a desigualdade persistente e a limitada adoção de inovações tecnológicas representam barreiras significativas para alcançar todo o potencial desses setores.

Além disso, o contexto diversificado da região oferece uma base rica para implementar iniciativas transformadoras. A abundância de recursos naturais e a diversidade cultural criam oportunidades para práticas sustentáveis, como o ecoturismo e a agricultura regenerativa. No entanto, para transformar essas vantagens em resultados concretos, será necessário investir em políticas públicas que promovam a inclusão, ampliem o acesso à educação técnica e facilitem a adoção de tecnologias verdes e digitais em larga escala.

Setores em destaque

Turismo Sustentável:
A recuperação do turismo pós-pandemia é uma oportunidade para investir em práticas mais verdes e digitalizadas. Destinos que priorizam a sustentabilidade estão atraindo turistas conscientes e impulsionando economias locais. O que gera mais empregos diretos.

Agricultura Tecnológica:
O setor agrícola, essencial para muitas economias latino-americanas, precisa adotar tecnologias para aumentar a eficiência e combater os impactos das mudanças climáticas. Soluções como agricultura de precisão e sistemas inteligentes de irrigação já estão em alta.

Energia Renovável:
Países como Brasil, Chile e México lideram na produção de energia limpa, abrindo caminho para a criação de empregos verdes e tecnologias inovadoras.

Desafios e ações necessárias

Educação e Requalificação:
A lacuna de habilidades continua sendo um grande desafio. É essencial investir em programas de capacitação focados em competências digitais, sustentáveis e humanas.

Políticas Públicas:
Governos precisam incentivar a criação de empregos verdes e tecnológicos, oferecendo subsídios e promovendo parcerias público-privadas.

Inclusão no Mercado de Trabalho:
Promover a inclusão de jovens, mulheres e comunidades marginalizadas é crucial para o desenvolvimento regional sustentável.

Oportunidades para a América Latina


A América Latina encontra-se em uma posição privilegiada para aproveitar as mudanças globais que estão transformando o mercado de trabalho. Com sua vasta riqueza de recursos naturais, uma força de trabalho predominantemente jovem e setores econômicos repletos de potencial, a região tem os ingredientes necessários para se tornar um modelo global de desenvolvimento sustentável. No entanto, o aproveitamento dessas oportunidades exigirá que os países da região superem desafios estruturais por meio de uma abordagem integrada. Essa estratégia deve unir inovação tecnológica, políticas voltadas para a inclusão social e compromissos firmes com a preservação ambiental.

O futuro do trabalho na América Latina e no mundo dependerá de uma coordenação eficaz entre diversos atores. Empresas, governos e organizações da sociedade civil têm papéis interdependentes na criação de mercados de trabalho mais inclusivos, sustentáveis e resilientes. Aproveitar as tendências globais com uma perspectiva regional permitirá que a América Latina transforme obstáculos em alavancas de progresso, consolidando seu papel em uma economia mundial mais equitativa e próspera. Ao combinar inovação com propósito, a região pode liderar o caminho para um futuro verdadeiramente sustentável e transformador.

Na @Timbre.Social, acreditamos no poder da transformação colaborativa. Compartilhe este artigo e junte-se a nós para promover um mercado de trabalho mais justo e sustentável. O futuro começa agora.

Sobre o relatório

A pesquisa contou com mais de 1.000 empresas respondentes, representando 14,1 milhões de trabalhadores. As empresas foram selecionadas com base em sua representatividade regional, setorial e em termos de tamanho. Para enriquecer os resultados da pesquisa, o relatório inclui análises e parcerias com organizações como ADP, Coursera, Indeed e LinkedIn, que forneceram dados complementares sobre tendências de emprego e habilidades.

Há ainda preciosas informações a elaboração de política públicas e de preparação de diretrizes corporativas para o aprendizado contínuo de seus colaboradores, tais como: impactos esperados das macrotendências divididos por setores e regiões; tipos de empregos que tiveram aumentos significativos e os que apresentaram declínios; as habilidades que mais serão demandadas no futuro próximo e exemplos de estratégias de transformação da força de trabalho.

A classificação de empregos foi baseada no padrão da Classificação Internacional Uniforme de Ocupações (ISCO) da Organização Internacional do Trabalho (OIT). As habilidades foram agrupadas em categorias amplas, como habilidades tecnológicas, analíticas e socioemocionais.

Embora os esforços tenham sido feitos para garantir a precisão, a pesquisa apresenta algumas limitações:

  1. Empresas que respondem a esse tipo de pesquisa tendem a ser aquelas mais engajadas com temas de transformação digital e sustentabilidade, podendo superestimar algumas tendências;
  2. Alguns setores, como pequenas indústrias informais ou segmentos altamente específicos, podem não estar adequadamente representados;
  3. As projeções são baseadas em percepções e tendências atuais, mas podem ser influenciadas por fatores imprevisíveis, como mudanças políticas, econômicas ou ambientais.

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